Suspeito de matar Pacovan e ameaçar testemunhas é preso no Ceará


Empresário investigado por agiotagens foi morto a tiros, em junho. Suspeitos de serem os mandantes do crime já estão presos, mas falta identificar os executores. Pacovan
Reprodução/TV Mirante
Na noite desta quinta-feira (8), a Polícia Civil prendeu um dos suspeitos de matar Josival Cavalcante da Silva, o Pacovan, que era empresário e investigado por participações em grandes esquemas de agiotagem no Maranhão.
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A prisão aconteceu no município de Crato, no Ceará, com apoio de policiais civis do Maranhão. O nome do suspeito, no entanto, não foi informado.
“Ele foi preso em razão de um pedido de prisão temporária pedida aqui pela Superintendência de Homicídios do Maranhão. As investigações apontam que ele participou no sentido de ameaçar de morte testemunhas relevantes do caso do Pacovan. Essas ameaças nos fazem deduzir que ele tinha interesse que a polícia jamais descobrisse quem seriam os autores. Ainda é cedo dizer que ele participou da execução, mas a prisão temporária é para isso, para avançar nas investigações e conseguir mais dados”, informou o delegado George Marques, Superintendente de Homicídios.
Francisco Heydyne do Nascimento e a namorada dele, Fernanda Costa, foram presos em São Luís, suspeitos de serem os mandantes do crime.
Divulgação/Redes sociais
Antes, já haviam sido presos os supostos mandantes do crime, que são Francisco Heydyne do Nascimento, conhecido como “Cearense”, e a namorada dele, Fernanda Costa, que é ex-sócia de Pacovan.
Ambos foram presos em um hotel na Avenida Litorânea, em São Luís, no dia 10 de julho, em cumprimento a um mandando de prisão temporária. O casal é suspeito de mandar matar Pacovan por causa de uma dívida.
Francisco é dono de um Siena e de uma Hilux, veículos usados pelos assassinos durante o crime, que aconteceu no dia 14 de junho, dentro de um posto de combustível de sua propriedade, em Zé Doca, a 302 km de São Luís.
Veículo usado pelos assassinos de Pacovan tinha placa do Ceará.
Divulgação
A Polícia Civil chegou aos suspeitos após identificar um PIX de R$ 11 mil com o qual Francisco Heydyne comprou o carro usado pelos assassinos na hora do crime. O veículo era um Siena preto, com placas da cidade de Fortaleza, no Ceará.
Imagens de câmera de segurança mostraram que, no momento do assassinato, os autores do crime chegam no Siena (veja o vídeo abaixo). Horas depois do homicídio, o mesmo carro foi encontrado incendiado em uma estrada vicinal de Zé Doca.
Empresário Pacovan é baleado em Zé Doca
As investigações também apontam que Francisco é dono de outro carro, uma Hilux, que foi usada para dar fuga aos dois atiradores, logo após o veículo Siena ser queimado.
“Teve um carro, uma Hilux preta, que foi utilizada para resgatar os executores após o crime, porque o veículo utilizado na execução ele foi queimado. No entanto, a perícia conseguiu os caracteres do veículo e foi possível identificar que não era um veículo nem clonado, nem roubado. Isso aí também foi uma informação muito importante, e a gente conseguiu também identificar o veículo que deu fuga aos executores, explicou o delegado George Marques, que é superintendente da Superintendência de Homicídios e Proteção à Pessoa (SHPP).
Veículo usado pelos assassinos de Pacovan é encontrado em chamas em Zé Doca
Divulgação
Veículo usado no crime foi encontrado em chamas em uma estrada vicinal de Zé Doca
Divulgação
Ainda segundo as investigações, Fernanda devia dinheiro ao ex-chefe, sendo que Pacovan estaria cobrando dela o pagamento de valores desviados de uma de suas empresas.
Condenações
Josival Cavalcanti da Silva, conhecido como ‘Pacovan’, é conhecido por seu envolvimento em dezenas de crimes no Maranhão, incluindo agiotagem.
Empresário Pacovan
Reprodução / TV Mirante
Em 2021, ele foi condenado com mais 21 pessoas, por crimes contra a ordem tributária, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa. Pacovan foi identificado como líder do grupo e foi sentenciado a dez anos, oito meses e 15 dias de prisão.
Segundo as investigações, os crimes de agiotagem foram praticados desde o ano de 2012, por meio de postos de combustíveis em São Luís e no interior do estado.
Empresário Pacovan foi morto em Zé Doca (MA)
Redes Sociais
O nome de Josival Cavalcanti havia surgido durante as investigações do assassinato do jornalista Décio Sá, ocorrido em abril de 2012. Devido a morte do jornalista, foi descoberto um esquema de agiotagem praticado em mais de 40 prefeituras do Maranhão, com participação direta e indireta de vários gestores municipais, outros agiotas, policias, blogueiros e jornalistas. Ele chegou a ser preso durante algumas operações, mas sempre acabava sendo solto.

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